Ator e Diretor, não, este aqui é hoje o multifacetado artista carregando o peso da cruz de madeira de lei, arrastando correntes e trajando túnica bordada, tudo feita por ele. A cruz, a corrente, e a túnica bordada. Homem de aparência simples e humilde, sem esbanjar preocupação com a estética de roupagem no dia a dia com suas bermudas e seu chinelinho rasteiro e alguma camisa promocional de algum evento, atrás deste cabôco simples esconde-se um monstro sagrado e de várias cabeças do teatro piauiense. Sim, hoje Adalmir Miranda parece não confiar tanto no taco dos técnicos companheiros na hora de produzir suas montagens; ele é autor, diretor, ator, figurinista, cenógrafo, sonoplasta, iluminador, contra-regra e tudo que estiver ao alcance. Assim se gasta menos dinheiro no final das contas. Sim gastar menos dinheiro pra pagar tanta gente se acontecesse do contrário. Estratégia que ainda não o deixou rico. Adalmir Miranda é um guerreiro incansável das artes cênicas do Piauí, perfeccionista e de muito talento. Começou aventurar-se no teatro fundando o extinto Grupo TEU (TEATRO EXPERIMENTAL UNIVERSITÁRIO) ainda em meados da década de oitenta mobilizando estudantes nos corredores da UFPI a participar desta empreitada. Deu certo, e mais tarde exonerou-se do grupo já formado com pompa intelectualizada e; Adalmir hoje vive a montar vários espetáculos em vários grupos. Dentre os vários grupos citamos aqui: CORPOS DE TEATRO e GRUPO OFICINÃO. Seus momentos de glória em sua carreira apesar da coleção de participação em festivais é seu monólogo que parece nunca morrer, vez por outras dando seu ar da graça nos palcos do teatro, ALVARO DE CAMPOS EM PESSOA trabalho feliz; e o atual AUTO DA FOLIA DE REIS, talvez sua produção mais rica de tantas qualidades cênicas e plásticas, neste ultimo o dito cujo esnoba as qualidades de artista que tem. É natural que dentre os bons trabalhos que já realizou muita coisa ruim também se fez em sua trajetória, mas nada que o tire o brilho dessa estrela da terra. Já fez cursos de dança, foi coleguinha de Cid Ribeiro, coreografias sete e oito dos anos oitenta, já dirigiu Luzia Amélia (será se isso ainda aconteceria hoje?); tem paixão pelo cinema, participando recentemente da produção do filme que até agora ninguém viu por essas bandas do cantor Frank Aguiar e do interessante e recém lançado Flor de Abril de Cícero Filho. E assim a abelhinha vai construindo a colméia.
Grande figura o Adalmir. espero que continue lutando. Adriano Abreu.
ResponderExcluirTive a graça de trabalhar com Adalmir e fico feliz em saber que continua firme, forte e fecundo nas artes cênicas do Piauí. Claudemberg Neves
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