quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

"C" DE COM OU SEM DRT?


O Piauí possui muitos artistas, mas não se diferencia dos demais estados brasileiros no quesito registro profissionais, ou melhor, especificando, ainda é baixo o número de artistas que possui DRT. Muitos de fato só dão conta disso no mês de março, quando é exigido o numero desse registro para ganhar cachê de valor diferenciado na participação do tão surrado e enfadonho espetáculo “A batalha do Jenipapo” com texto de Ací Campelo, direção assinada por Arimatan Martins e desmandada pelo elenco. Produção esta, que todo ano surge e lança novos e anônimos atores; tem sempre uma figurinha puxada por alguém da produção. Mas convenhamos à necessidade do enxertar o elenco num volume plausível e convencível ao épico. Muitos episódios cômicos já se passaram nos bastidores e durante as apresentações desta “batalha” em Campo Maior, mas não ressaltaremos aqui, ficando a promessa para um próximo texto. O assunto em questão aqui é, voltando, DRT.
 Para os que não sabem ou só ouviram falar agora, quando ligaram para a FUNDAC querendo realizar a inscrição para teste de figuração de uma novela global aqui em Teresina; DRT é um registro profissional tirado na Delegacia Regional do Trabalho, isso mesmo, com direito a um adesivinho com seu nome e número na carteira de trabalho, para orgulho do artista local e inveja de muitos que tentam no sul do Brasil e não conseguem, mesmo sendo um bom artista.
Existe uma lei (lei nº 6.533) criada em 1978, que regulamenta as profissões de Artista e Técnicos em espetáculos e diversões tirando o posto anterior de vagabundos, nomeado pela sociedade desprovida de cultura e preconceituosa.
            Um fato curioso é que o que foi divulgado é que este teste seria uma seleção para figurantes e o regimento diz que figurantes em papeis sem falas não precisa necessariamente ter DRT. Seria uma estratégia? Um baile para espantar os novos e artistas que surgem em todo momento e tomam a vaga tão suada do ator que não tem pra onde correr? Imagine aqueles que já não são convidados para projetos nem pelos próprios companheiros de trabalho e do contrário tirar a chance de ganhar 50 reais por conta de uma modelo com DRT facilitada pelo antigo presidente do SATED, Jone Clay quando de sua gestão, segundo boatos da classe, ele cobrava o valor de 500 reais. E nessa empresa facilitadora do jeitinho brasileiro tínhamos até clientes sulistas agora barrados por Lary Sales que milita agora por uma gestão justa e limpa trazendo de volta os direitos dos atores e atrizes, palhaços, bailarinos e bailarinas, cada um no seu devido lugar, inclusive em comerciais de TV.
E citando os comerciais, ainda é muito baixa a participação dos atores locais nos VT’s, campanhas e comerciais locais quando se opta através das produtoras, rostinhos bonitos ou pelo fisique encontrado nas ruas. Assim é mais barato e há quem faça até de graça, porque afinal esta pessoa acredita que uma aparição na TV, mesmo que local o transformará em uma nova pessoa no dia seguinte após serem lançados os 15 segundos de imagem. Ao fim de tudo, ele conclui que tudo foi ilusão, seus cinqüenta reais acabaram e ele continua pegando o ônibus no anonimato. E por falar em cinqüenta reais, este é o preço que o ator, diretor, produtor cultural, escritor e cineasta Franklin Pires está cobrando para ensinar a arte de atuar em um próximo curso de teatro, fonte divulgada em seu face book.
A verdade é que ainda falta muito para o nosso artista encontrar sua vaguinha ao sol e concretizar seus sonhos tão burilados no decorrer dos suados anos de palco. E nessa luta, muitas vezes abandonadas por grandes mestres, a DRT parece não ter tanto valor quando nem mesmo os próprios artistas fazem questão de tentar consegui-la. Mas por precaução, março está chegando e seu registro pode lhe proporcionar o cachê de 400 reais, isto é, se o Governador autorizar novamente. Os cortes não param e se esse não for agraciado, você que tem DRT não vai querer ficar de fora. Afinal já perseguia um dia William Tito:você tem sua DRT?