segunda-feira, 23 de abril de 2012

O QUE TEM NO MENU


Entre os dias 19 a 24 deste mês de abril, o Núcleo de Criação do Dirceu apresentou a temporada de mais uma de suas obras inquietantes, desta vez a regalia é um infantil intitulado “Menu de Heróis” , dramaturgia de ..bem deixamos esta categoria de fora, mas tem uma direção que melhor se adéqua aqui ao termo de concepção da bailarina, digo, da interprete criadora Weyla Carvalho, aquela que dançava no balé da cidade, lembram? O elenco, ou melhor, os intérpretes criadores são: Cleyde Silva, quem? Jacob Alves, o folder diz que além de interprete ele é especialista em iluminação, Soraya Portela..., Layane Holanda, a irrequieta e aniquiladora do que não presta, prova isso já no folder do espetáculo que assim aqui posso dizer que é uma das coisas que o trabalho tem como a cereja do bolo;            Alexandre Silva, o folder destaca seus vídeos no youtube. A trilha sonora é outro ponto que merece aplausos, pois é de um requinte Cult do que se ver em trabalhos de lugares mais descolados no assunto, ao contrario do teatro convencional eles aqui ensaiam com outro integrante fora a direção, segundo o folder quem comanda é Janaina Lobo. Por fim o resultado do trabalho que convidou uma platéia mista a prestigiar a temporada com entrada franca varia do publico alvo (crianças) a artistas que obviamente captam a informação do trabalho com um olhar bem distanciado do olhar das crianças. O elenco com um figurino concebido ao formato de improvisado, como os que na velha infância agente dizia: “vamos brincar lá no quintal” depois de assistir o Jiraya ou o Jaspion, etc... E a imaginação explodia na cacholinha pulando de cima do pé de goiaba podendo ser qualquer ser que quisesse e a confusão estava feita quando algum coleguinha ousasse dizer que seu herói era o mesmo que o meu. Esse é apenas um relance do que se passa no mundo lúdico ilimitado das brincadeiras de criança, o espetáculo mostra exatamente isso, e só. São aproximadamente 50 minutos de vamos ver os interpretes brincarem de ser criança como resultado de um espetáculo concebido.
Enquanto proposta é inquestionavelmente a invejável sacada assim como digna de aprovação em qualquer lei de incentivo, pois temos aí interesses que passam bem distante dos que realmente deveriam executar na prática, ou seja, o grupo faz um convite para brincar de ser o que quiser a partir de coisas simples, olhando para o que está a nossa volta de outro jeito, e o jeito foi fazer um espetáculo sem texto, sem o figurino da Aureni ou da Edite, sem a trilha sonora da Xuxa, sem o painel de fundo com o desenho do Castelo de Glasgow, sem nenhum tecido de cetim a La Grupo Raízes e muita bagunça e gritaria trabalhada a La Sergio Matos o que prende incessantemente o publico infantil que pela curiosidade talvez gritem também durante o trabalho a fim de conseguir o mesmo tom do elenco.
Como recursos cênicos os interpretes se utilizam do multiuso garrafa péti, do corpo, caixas de papelão e isopor e duas cadeiras rolantes que me fez lembrar o tempo que vovó lavava a casa com sabão em pó e eu aproveitava o chão liso para sair deslizando deitada e gritando até chegar com a cara e a boca na parede, o que terminava com ralões, mertiolates, sopros e choradeiras escandalosas nos mais diversos tons.
Agora o que me deixou incomodada foi a falta de hegemonia interpretativa dos intérpretes, digo no seguinte aspecto: ou eu vou para interpretar ou eu vou para fazer marcas. Mas parte do elenco parece esquecer que o trabalho queira sim, queira não, expõem ações dramáticas de uma personagem, o que curiosamente não demonstra ser obedecido pelos interpretes masculinos e pela interprete Cleyde Silva, se alguém discorda creio que temos duas soluções, ou a direção exija que as interpretes Layane e Soraya parem de interpretar as crianças ou então que o restante siga o mesmo das duas; pois o que vemos são duas excelentes atrizes Layane e Soraya, presenças extremamente expressivas em olhar e em corpo, impossíveis não atrair o olhar para estas duas artistas opostas; poderíamos até dizer que estas sim são a carga de força do espetáculo.
O que dizer do elenco masculino? Dois interpretes sem personagem pré concebidos obedientes ao que se tem que fazer no palco, obedece direitinho, mas também é só. Enquanto um extrapola as energias aos saltos que invejado pelas crianças, o outro não possui resistência nenhuma passando toda uma fadiga de ver aquele corpo aparentemente cansado o que não se ver no trabalho de Soraya, nem mesmo com o figurino mais volumoso do elenco.
Ao final do espetáculo, o elenco arrisca uma pitada de dança numa coreografia singela e espontânea apresentando o cartão de poderes de cada herói desse jogo. Aos grandes, muitos momentos de comicidade, de recordar que era assim mesmo que se brincava e que ainda se brinca. Aos pequenos, eu poderia dizer que vi no olhar de algumas a frase “olha, eles estão tirando onda de como agente faz”. Mas é uma pena que a concepção pegou do recorte apenas o lado agressivo de todo esse mundo infantil deixando de fora o lado do bem da meninada. E foi isso que eu vi no Menu. Estão servidos?

11 comentários:

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  6. e isso também.
    Parte 002

    É um olhar ótimo, faz todo sentido, e acho que um herói que esnoba suas habilidades, e outro que não tem resistência nenhuma passando toda uma fadiga, é tudo que eu quero discutir nesse espetáculo, chega de heróis incríveis, eu não trabalho para a MARVEL COMICS.

    Chega de olhar as coisa com esse olhar engessado de teatro de antes da segunda guerra mundial. Eu sou um heróis que não poderia te salvar, pq eu sou um herói fadigado, isso não existe em um mundo de teatro de heróis, e quem disse que heróis existem, e quem disse que teatro existe.

    Desculpa eu não ter preenchido suas expectativas como interprete, interprete sem resistência nenhuma passando toda uma fadiga.


    Mas no fundo no fundo eu me desculpo mesmo é de não ter preenchido suas expectativas como personagem ou como herói, e que bom que isso lhe inquieta.
    Uma pessoa que escreve sobre dança um dia me disse, é importante falar sobre um espetáculo a partir do que ele se propõe, deixar nossos conceitos e conhecimentos para o nosso trabalho mesmo, e sair dessa mania de dizer o que um espetáculo precisa para ser interessante para vc, seria um bom começo ,afinal não é um espetáculo seu.


    Eu gosto muito da ideia de você escrever sobre espetáculos, isso é saudável, mas teatro ou dança acredito eu, é um pouco parecido com moda é sempre sobre o que acontece agora, e esse teatro ai que você usa como referencia sua para “avaliar” o espetáculo menu de heróis é velho, são termos e conceitos velhos, te proponho a ler livros, sobre coisas que estão sendo feitas sobre o teatro de agora, te proponho a ver um site legal que existe ai que se chama youtube vc conhece la tem tudo, e da pra aprender, e ver o que as pessoas estão fazendo ai pelo mundo, La você vai conhecer a Cleyde Silva, tem muita coisa dela la e muita coisa incrível, e tem muita coisa boa de teatro, vai mudar sua vida, e tenho a impressão que vc depois de conhecer teatro novo vai conseguir chegar no ano de 2012, até mais muito obrigado pela provocação, e se assuma ninguém vai te crucificar por falar mal de um trabalho não, afinal, em 2012 as pessoas já conseguem através de um poste conseguir ver o numero do IP de uma pessoas e saber seu nome, endereços virtuais, e até onde ela comprou o seu computador.
    Agradeço honestamente sua critica, me limitei a falar só sobre isso, mas tem varias outras coisas que eu me neguei a escrever por ter tido a impressão de estar escrevendo sobre uma pessoas que vive em uma realidade sobre teatro de 30 anos atraz.

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  7. Nossa Senhora, rapazinho!!!! Pelo que ví você ficou profundamente magoado com meu olhar sobre o trabalho que você se prontificou a fazer, não foi minha intenção te agredir. Mas fica a dica aqui da tia Amélia: Não se justifique numa crítica de um trabalho seu, ouça,leve ou não como aprendizado, você pode descartar ou mesmo fingir que ouviu, se achou idiota, finja-se de idiota também, curta. Aliás, hoje é tão normal as pessoas gostarem ou não gostarem de um trabalho. Ficar na defensiva é uma coisa tão Luzia Amélia ou mesmo tão anos 70,não acha? A pior coisa que tem é um ator, interprete, bailarino se justificar depois de uma apresentação. E mais uma coisinha, estude você e saia um pouco mais do you tube, O TEATRO EXISTE SIM lá fora, ou mesmo fora do Dirceu, tem gente produzindo o teatro que pulsa intensamente a cada dia tanto nas salas de ensaios como nos palcos das ruas, dos teatros, de todo lugar. Agora quem não vivenciou isso não pode querer vir aqui dá aula de uma coisa que nem experimentou de fato, ou você acha que o tio Vander Lima lhe ensinou tudo? ele foi chato com você? ai , menimo mau, muito mau! (risos, muitos risos)

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    1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, "professora amelia ribeiro",quanto mais eu duvido, mais aparecem pessoas como você. mas pelo menos a gente morre de rir. tenho pena de quem é educado por você.

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  8. eu nunca me justificaria diante do que você escreveu, nem fiquei magoado com nada, muito, muito, mas muito diferente mesmo disso. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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